sábado, 23 de janeiro de 2010

O operário da Nação




O operário da Nação está longe.
Volta não volta aterra na Pátria.
Sua dedicada esposa enquanto ele não chega, vai tentando a sorte com os telemóveis largando fumaça.
Liga para o mecânico e com conversa erótica, tem arranjo nos bólides que acumula à porta.
Liga para o PCA e fica horas lambendo-lhe a orelhinha e lá vem mais um presentinho.
Kumbuzito não lhe falta que ela «organiza-se»!
Todos os anos tem uma formatura! É muito, mas muito inteligente.
Tristonho, envelhecido e esperançoso, anda o criadito que por ali, vive rondando a porta aos pulinhos!
Esperança nunca morre!
Quem sabe se serei o escolhido?
Ahhhhhhhh que amor tão puro!
Vai ser um enlace da romba!
Ela de vestido de chiffon branco alvo como a sua da inocência, de extensões postiças e loiras a voar ao vento, num cálido final de tarde no Mussulo.
Ele de fraque asinhas de grilo, lindíssimo e com as asas roçando a areia, vai ter que subir num banquinho de cozinha, de bimba, ou talvez um escadote de farmácia.
Ah ! Ah! Ah !
Ah ! Ah ! Ah !
Porque se antes...
Se antes o Operário da Nação, descobrir...
Enfurecido e com os cornos a pesarem...
Ver que tanto deu e foi chifrado este tempo todo, não se lembrar do mais acertado.
Dar-lhes aos dois uma carga de surra tão grande, mas tão grande, que lhes fique na memória ad eternum.
Era o que eu faria.....

1 comentário:

Anónimo disse...

Mas essa gaja eu conheço!
Só pode mesmo.
A banda está podre.
Luena