Incutidos pelos outros e pela liberdade familiar, começam um sem número de mentiras que fazem parte do seu quotidiano, como se fossem mandamentos.
1- Estou desgostoso e triste não gosto disto.
2- É horrível viver em Angola, ia-me já embora.
3- Não atendi o telemóvel, porque as operadoras aqui não prestam.
4- Tive que sair e esqueci-me do telefone.
5- Fui beber um copo com um amigo e apanhei muito transito até chegar a casa.
6- Come-se mal e vive-se pior
7- Estou em casa a ler um livro, farto disto.
8- Sinto-me adoentado.
9- A net, aqui não funciona bem.
10- Nem penses em vir aqui, tu não aguentas….Isto é o inferno.
São sempre, mas sempre, o mote das conversas que lhes resta ter com a família que ficou longe. O espírito de sacrifício a abnegação em prol da família!
Família que eles se orgulham de manter longe, pois faz parte de um certo status dentro dos meandros. Gente fina, não sujeita a família ao ambiente.
Mas o que é certo e principalmente para quem sabe e é bem conhecedora do terreno.
TUDO ISTO SÃO CANTADAS PARA BOI DORMIR.
Angola não é assim! É para estes espertalhaços, que se cansaram da rotina de uma vida com a mesma mulher e filhos, que não as querem deixar, porque nem motivo tem para isso, que quiseram um interregno na vida de família que tinham, e optam pelo desconforto de uma Angola com muitos percalços sim, mas com a liberdade, atracção e novidade que lhes enche o ego e os faz sentir uns garanhões e livres de compromissos
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